Terapeuta
A Dr.ª Rita Torre é Psicóloga, licenciada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Universidade do Minho, com 15 anos de experiência em processos de Terapia de Casal e Sexualidade, Ansiedade, Depressão, Obssessão Compulsão(POC), Adição a Drogas, Álcool e Jogo.
Dá consultas presenciais por todo o Norte de Portugal e agora também por videoconferência para todo o mundo. Para além da lingua portuguesa é também bastante fluente na lingua inglesa tendo já bastante experiência com clientes internacionais.
O que é a Ansiedade?
Pode
definir-se a ansiedade como um estado psicológico de medo devido à antecipação
de uma situação potencialmente perigosa ou desagradável, acompanhado de
sintomas de somatização. A fonte de perigo antecipado pode ser interno ou
externo.
A
ansiedade é natural e útil. No passado serviu para o homem primitivo escapar
dos perigos que o rodeavam.
Ela
é recurso que incita as pessoas a procurar e encontrar soluções
positivas. É uma poderosa fonte de acção e evolução do próprio indivíduo. No
entanto, quando a ansiedade atinge máximos de forma sistemática, ela
torna-se patológica. Nestas situações, começa a haver alterações no
funcionamento saudável da pessoa nas várias vertentes da sua vida.
São
três as origens da ansiedade dita patológica:
Existem
vários tipos de perturbação de ansiedade:
1. Pânico e Agorafobia
Consegue
dormir com tranquilidade ou
está a
pensar na apresentação
que vai ter que fazer e não
gosta de falar à
frente de tanta gente? Evita locais com muita gente, locais longe de casa ou
situações
em que está
sozinho(a)? Não gosta de passar em pontes, viadutos, vias rápidas ou
auto-estradas? Evita locais de espetáculo, sobretudo se a porta estiver inacessível?
Evita os transportes públicos? Evita ter reuniões?
Quer
o pânico, quer a agorafobia são perturbações progressivas: sem tratamento
eficaz, vão piorando. 2,7% de pessoas, em qualquer ano, sofrem desta
perturbação o que, só em Portugal, resulta em cerca de 280 mil pessoas
afectadas (aproximadamente o dobro de mulheres). É uma perturbação que se
instala em idades jovens (finais da adolescência, início da idade adulta),
ainda que existam casos com o seu início em qualquer idade.
Esta
perturbação tem, por vezes, companhias indesejáveis, sendo as mais frequentes a
depressão, a perturbação obsessivo-compulsiva e a perturbação da ansiedade
generalizada.
Critérios de diagnóstico para o Ataque de pânico
Um
período de tempo de medo ou desconforto intensos durante o qual quatro (ou
mais) dos seguintes sintomas se desenvolveram abruptamente e atingiram um pico
num espaço de 10 minutos:
Palpitações
cardíacas, batimentos cardíacos fortes ou coração acelerado
Critérios de diagnóstico para a Perturbação de pânico
Para
o diagnóstico, exige-se a presença de ataques de pânico, recorrentes e
inesperados, bem como o facto de pelo menos um desses ataques de pânico ter
sido seguido de um mês (ou mais) de uma ou mais das seguintes características:
Preocupação
persistente com a possibilidade de ter novo ataque
Preocupação
relativamente às implicações ou consequências do(s) ataque(s) de pânico
(exemplo: perda de controlo, ter um ataque cardíaco, enlouquecer)
Uma
modificação significativa no comportamento relacionado com os ataques de pânico
Critérios de diagnóstico para a Agorafobia
A
agorafobia define-se como ansiedade em estar em locais ou situações das quais
resulte difícil ou embaraçoso escapar ou em que possa não haver ajuda
disponível no caso de se ter um ataque de pânico inesperado ou associado a essa
situação. Os medos agorafóbicos envolvem, tipicamente, um conjunto de
circunstâncias que incluem estar fora de casa sózinho, estar em sítios com
muita gente ou numa fila, passar em pontes, viajar de autocarro, comboio ou
carro.
As
situações que geram medo são evitadas ou vivenciadas com perturbação elevada ou
com ansiedade face à possibilidade de se ter um ataque de pânico (ou sintomas
de pânico) ou, ainda, a pessoa necessita de um acompanhante para as conseguir
enfrentar.
Exclui-se
um diagnóstico de agorafobia quando a sintomatologia é melhor enquadrada noutra
perturbação da ansiedade.
2. Ansiedade Social e Fobia Social
Ansiedade
social refere-se ao nervosismo ou desconforto em situações sociais,
habitualmente devido ao medo que a pessoa tem de poder fazer alguma coisa que
possa ser embaraçoso ou ridículo, ou na qual possa causar má impressão, ou que
possa ser julgada, criticada ou avaliada negativamente por outras pessoas.
Critérios de diagnóstico
Medo
acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais e de desempenho nas
quais o sujeito está exposto a pessoas desconhecidas ou à possível observação
de outras. O sujeito teme poder vir a comportar-se (ou mostrar sinais de
ansiedade) de modo humilhante ou embaraçador. Nota: em crianças, tem de existir
evidencia da capacidade para estabelecer relações sociais apropriadas para a
idade com pessoas conhecidas e a ansiedade deve ocorrer também com as crianças
da sua idade e não somente nas interacções com os adultos.
A
exposição à situação social temida provoca quase sempre ansiedade, que pode
assumir a forma de um Ataque de Pânico situacional ou situacionalmente
predisposto. Nota: em crianças, a ansiedade pode ser expressa por choros,
birras, imobilidade ou receio nas situações sociais com pessoas desconhecidas.
A
pessoa reconhece que o medo é excessivo ou irracional. Nota: em crianças esta
característica pode estar ausente.
As
situações sociais ou de desempenho são evitadas ou enfrentadas com intensa ansiedade
ou mal-estar.
O
evitamento, antecipação ansiosa ou mal-estar nas situações sociais ou de
desempenho interferem significativamente com as rotinas normais da pessoa,
funcionamento ocupacional (ou académico), relacionamentos ou actividades
sociais ou existe mal-estar acentuado por ter a fobia.
Em
sujeitos com idade inferior a 18 anos, a duração é pelo menos de seis meses.
O
medo ou o evitamento não são provocados por efeitos fisiológicos directos de
uma substância (por exemplo, drogas de abuso, medicação) ou um estado físico
geral e não são melhor explicados por outra perturbação (por exemplo,
Perturbação de Pânico, Com ou Sem Agorafobia, Perturbação da Ansiedade de
Separação, Perturbação Dismórfica Corporal, Perturbação Global do
Desenvolvimento ou Perturbação Esquizóide da Personalidade).
Se
um estado físico geral ou outra perturbação estiverem presentes, o medo do
critério A não está relacionado com eles, por exemplo, o medo não é de
Gaguejar, de tremer na doença de Parkinson ou de exibir um comportamento
alimentar anormal na Anorexia ou Bulimia Nervosa.
A
ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam mal-estar clinicamente
significativo ou deficiência no funcionamento social, ocupacional ou em
qualquer outra área.
A
perturbação não é causada pelos efeitos fisiológicos directos de uma substância
(por exemplo, droga de abuso, medicação) ou um estado físico geral (por
exemplo, hipertiroidismo) e não ocorre exclusivamente durante uma Perturbação
do Humor, uma Perturbação Psicótica ou uma Perturbação Global do
Desenvolvimento.
3. Perturbação da Ansiedade Generalizada
Preocupações Com
o trabalho - será que vou conseguir dar conta deste
projeto, será
que tenho capacidades para o desempenho desta função, será que vou ser bem avaliado(a)?
Com as crianças - será que escolhi bem a escola, será que estou a ser
bom educador, e se não lhes estou a dar uma alimentação correta, e se crescem
com problemas por eu ter pouco tempo?
Com a relação conjugal - e se ele(a) se desinteressou, e se eu falho outra
vez, será que
vou ser capaz de levar isto por diante?
Com os pais - e se adoecem, será que estão bem, e se não aprovam a minha decisão?
Com os outros - mas porque é que ele(a) não me liga há uma semana, será que disse alguma coisa errada, e porque é que eu estive tão calada(o) naquele jantar, será que me
vão achar estúpido(a) por ter esta opinião?
Com a vida rotineira do dia-a-dia - e se eu chego atrasado(a), tenho medo de não conseguir cumprir o prazo, o dinheiro
pode não
chegar, será
que consigo vender a casa a tempo da mudança, e se as taxas sobem e não consigo
cumprir a prestação, e se esta tosse é mais do que uma constipação?
Preocupações
e mais preocupações. Insistentes recorrentes e excessivas. Cansam-no(a),
moem-lhe o corpo, arrasam-lhe o humor, interferem com o sono.
O diagnóstico tem, obrigatoriamente, de ser feito por um psicólogo
ou psiquiatra, porque é fácil confundir esta perturbação com outros quadros de
ansiedade, ainda que seja muito frequente: 2% a 4% da população, afetando 2 a 3
vezes mais mulheres do que homens. A importância do diagnóstico é a adequação
da forma de intervenção psicoterapêutica, muito específica para esta disfunção
ansiosa.
A perturbação da ansiedade generalizada é
progressiva: sem tratamento eficaz, vai piorando,
especialmente em situações de stress acrescido. Com alguma frequência, a
situação é complicada com a presença simultânea de outras perturbações
igualmente do foro psicológico/psiquiátrico; as companhias indesejáveis mais
frequentes são: perturbações depressivas, perturbação do pânico, perturbações
pela utilização de substâncias, e situações globalmente médicas associadas a
stress, como o síndrome do cólon irritável.
Critérios de diagnóstico
Ansiedade
ou preocupação (apreensão expectante) excessivas que ocorrem durante mais de metade
dos dias, durante pelo menos 6 meses, acerca de um número de acontecimentos ou
actividades (tais como o trabalho ou o desempenho escolar).
A
pessoa tem dificuldade em controlar a preocupação.
A
ansiedade e preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes
sintomas (com, pelo menos, alguns sintomas presentes mais de metade dos dias
durante 6 meses):
O
foco da ansiedade e preocupação não está limitado às características de uma
perturbação de Eixo I, por exemplo, a ansiedade e preocupação não estão relacionadas
com ter um ataque de pânico (como na Perturbação do Pânico), ficar embaraçado
em público (como na Fobia Social), ser contaminado (como na Perturbação
Obsessivo-Compulsiva), estar afastado de casa ou dos familiares íntimos (como
na perturbação da Ansiedade de Separação), aumentar de peso (como na Anorexia
Nervosa), ter queixas físicas múltiplas (como na Perturbação de Somatização) ou
de ter uma doença grave (como na Hipocondria), e a ansiedade e preocupação não
ocorrem exclusivamente durante a Perturbação Pós-Stress Traumático.
A
ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam mal-estar clinicamente
significativo ou deficiência no funcionamento social, ocupacional ou em
qualquer outra área. &F A perturbação não é causada pelos efeitos fisiológicos directos de uma substância (por exemplo, droga de abuso, medicação) ou um estado físico geral (por exemplo, hipertiroidismo)
e não
ocorre exclusivamente durante uma Perturbação do Humor, uma Perturbação Psicótica ou uma
Perturbação Global do Desenvolvimento.
4. Obsessivo-Complusiva
Tem
pensamentos que o incomodam, quer porque surgem insistentemente, quer porque o
seu conteúdo lhe provoca ansiedade e lhe parece absurdo, e de que gostaria de
se livrar, mas, por mais que tente, não o consegue fazer? Quando um desses
pensamentos lhe surge, costuma fazer alguma coisa específica, que ajuda a
reduzir o desconforto? Sente-se na necessidade de repetir algumas acções várias
vezes, sem nenhum motivo aparente? Passa muito tempo em actividades de limpeza
pessoal ou da casa ou dos objectos que o rodeiam? Verifica frequentemente
aquilo que fez? As suas actividades de rotina diária levam muito tempo a ser
executadas? Preocupa-se com questões de organização dos objectos, a sua
localização correcta e com a sua simetria?
Critérios de diagnóstico: Obsessões
Uma
obsessão define-se pela presença simultânea das seguintes 4 condições:
Pensamentos,
impulsos ou imagens mentais, recorrentes e persistentes, que são
experimentados, durante algum período da perturbação, como intrusivos e
inapropriados e que causam ansiedade ou mal-estar intensos.
Os
pensamentos, impulsos ou imagens mentais não se referem simplesmente a
preocupações excessivas sobre os problemas da vida do dia-a-dia.
A
pessoa tenta ignorar ou suprimir esses pensamentos, impulsos ou imagens, ou
neutralizá-los com algum outro pensamento ou acção.
A
pessoa reconhece que esses pensamentos obsessivos, impulsos ou imagens são um
produto da sua mente (não são impostas do exterior como na inserção de
pensamentos).
Critérios de diagnóstico de - Compulsões
As
compulsões definem-se pela presença das seguintes 2 condições:
Comportamentos
repetitivos (por exemplo, lavagem de mãos, actos de organização, verificação)
ou actos mentais repetitivos (por exemplo, rezar, contar, repetir palavras
mentalmente) que a pessoa se sente compelida a executar como resposta a uma
obsessão, ou de acordo com regras que têm de ser aplicadas de uma forma rígida.
Os
comportamentos ou actos mentais destinam-se a evitar ou reduzir o mal-estar ou
a evitar uma situação ou acontecimento que provoca medo; no entanto, estes
comportamentos ou actos mentais ou não se relacionam de uma forma realística
com a situação que se destinam a neutralizar ou evitar, ou são claramente
excessivos.
Critérios de diagnóstico da - Perturbação obsessivo-compulsiva
Para
o diagnóstico de perturbação obsessivo-compulsiva é necessária a presença de
obsessões e/ou compulsões. Além disso:
Nalgum
momento ao longo do curso da perturbação, a pessoa reconheceu que as obsessões
ou compulsões são excessivas ou irracionais (isto não se aplica a crianças).
As
obsessões ou compulsões geram forte mal-estar, consomem tempo (mais do que uma
hora diária) ou interferem significativamente com a rotina normal da pessoa, o
funcionamento profissional (ou académico), ou as actividades sociais ou
relações interpessoais.
Se
existir outra perturbação do Eixo 1, o conteúdo das obsessões ou compulsões não
se limita a essa perturbação (exemplo: preocupação com alimentação, no caso de
uma perturbação do comportamento alimentar; arrancar cabelos, no caso de
tricotilomania; preocupação com a aparência pessoal no caso de perturbação
dismórfica corporal; preocupação com drogas no caso de perturbação por
utilização de substâncias; preocupação com a possibilidade de ter uma doença
grave no caso de hipocondria; preocupação com impulsos ou fantasias sexuais no
caso de parafilia; ou ruminações de culpa no caso de perturbação depressiva
major).
A
perturbação não é causada pelos efeitos fisiológicos directos de uma substância
(por exemplo, drogas de abuso ou medicação) ou de um estado físico geral.
5. Traumas
A Perturbação Pós-Stress Traumático (PPST) é um problema de ansiedade que surge, como o próprio
nome indica, depois de uma pessoa ter sido exposta a um acontecimento que
constituiu um trauma psicológico.
Se
já foi exposto(a) a um acontecimento que constitui um trauma psicológico é
possível que tenha desenvolvido um problema de ansiedade relacionado com essa
situação.
6. Fobias
Correspondem
a um medo significativo e persistente, excessivo ou irracional na presença ou
antecipação de um determinado objecto ou situação. E, no entanto, existe alguma
confusão a propósito do que é e não é uma fobia, das suas origens e respectivas
formas mais eficazes de tratamento.
Critérios de diagnóstico
Medo
pronunciado e persistente, que é excessivo ou irracional, surgindo na presença
ou antecipação de um objecto ou situação específicos (ex: viajar de avião,
alturas, animais, receber uma injecção, ver sangue)
A
exposição ao estímulo fóbico provoca quase de imediato uma resposta de
ansiedade que pode assumir a forma de um ataque de pânico específico à
situação. Nota: em crianças, a ansiedade pode ser expressa por choro, birras,
paralisia de movimentos, agarrar-se às pessoas.
A
pessoa reconhece que o medo é excessivo ou ilógico. Nota: nas crianças, este
componente pode não estar presente.
A
situação fóbica é evitada ou é suportada com um desconforto e ansiedade
intensos.
O
evitamento, ansiedade antecipatória ou desconforto da situação temida interfere
significativamente com a rotina normal da pessoa, com o seu funcionamento ocupacional
(ou académico), ou com as suas relações ou actividades sociais, ou existe
perturbação significativa com o facto de ter a fobia.
Em
indivíduos com menos de 18 anos, a duração mínima é de 6 meses.
A ansiedade, ataques de pânico ou evitamento fóbico associados com o objecto ou situação específicos não podem ser melhor explicadas por outra perturbação mental, tal como a Perturbação Obsessivo-compulsiva (por exemplo, medo de sujidade para alguém com obsessões de contaminação), Perturbação de Pós-Stress Traumático (por exemplo, evitamento de estímulos associados a um agente stressor grave), Perturbação da Ansiedade de Separação (por exemplo, evitamento da escola), Fobia Social (por exemplo, evitamento de situações sociais por medo de ser humilhado), Perturbação do Pânico com Agorafobia ou Agorafobia sem Historial de Perturbação do Pânico.
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